O Príncipe e a Administração

Introdução

O Príncipe foi escrito entre 1513 e 1516 e é a obra literária mais conhecida de Nicolau Maquiavel, um escritor, diplomata e pensador político florentino. Esse livro sintetiza o conhecimento de Maquiavel sobre a arte política dos antigos príncipes e dos estadistas de sua época. Ele irá apenas transcrever e traduzir fatos já acontecidos, apontando a forma ideal de governo.
Nicolau Maquiavel conhece a natureza dos homens e sabe enxergar os erros cometidos pelos príncipes e analisar, detalhadamente, cada ponto dos Estados, indicando os erros que resultaram no surgimento e na queda de cada um.
Sua objetividade analítica lança um novo sentido de moral fundamentado no bem-estar da comunidade, aquela que pertence ao Estado hegemônico. Quanto aos dominados, cabe ao príncipe decidir como agir, sempre levando em consideração, que estes poderão ser a base de seu triunfo como também da sua ruína.
Em O Príncipe, Maquiavel discorre como deve ser e agir o governante capaz de garantir a soberania e a unidade de um Estado naquela situação onde a tirania imperava em que haviam pequenos principados, governados despoticamente por casas reinantes sem tradição dinástica ou de direitos contestáveis. Maquiavel não é idealista. É realista. Propõe estudar a sociedade pela análise da verdade efetiva dos fatos humanos, sem perder-se em vãs especulações. O objeto de suas reflexões é a realidade política, pensada em termos de prática humana concreta.

Esta obra é um condensado do aspecto trágico e real da natureza humana. É justamente esta característica que a impulsiona através dos tempos. Foram cinco séculos de combate e negação sobre este realismo político, sempre acatado por gerações posteriores à sua criação.

O Príncipe e a Administração

            Nicolau Maquiavel, em seu livro que virou clássico O Príncipe, explica os tipos de principado e ensina como conquistar, manter e governar cada um deles. Ensina também como o príncipe deve tratar seu povo, seus súditos e seus nobres.

Essas experiências podem ser levadas para a administração. Os administradores também precisam identificar o que irão gerenciar, para comandar bem uma empresa ou um Estado, utilizando da melhor forma os recursos disponíveis e, conseqüentemente, conquistar o mercado ou o povo.

Os ensinamentos mais importantes de Maquiavel e, que podem ser adaptados a administração, são os que falam como manter algo já conquistado, afinal, mesmo quando a conquista é muito fácil, as dificuldades aparecem logo depois que as metas são atingidas.

As empresas que conseguem crescer muito rápido, por exemplo, podem encontrar grandes dificuldades no futuro, por não terem criado uma estrutura que corresponda ao seu crescimento. Desse modo, podem ser abaladas e, até mesmo, destruídas nas primeiras adversidades.

Segundo Maquiavel, é preciso estabelecer regras claras e objetivas, para que os subordinados se habituem e obedeçam a quem está no poder, e, é muito importante, também, ter pessoas amigas e confiáveis ao redor.

Os exércitos são fundamentais para proteger o principado. Existem três tipos exércitos: os exércitos mercenários, que lutam apenas em troca de dinheiro, e não possuem nenhum outro vínculo com o príncipe; os exércitos auxiliares, que vêm quando é solicitado a um poderoso para ajuda em sua defesa, esses também não possuem vínculo com o príncipe e os exércitos próprios, que devem fidelidade a seu soberano. Tanto os exércitos mercenários, como os exércitos auxiliares são perigosos para a segurança do Estado. Os mercenários pela preguiça, já que a única motivação é o dinheiro e os exércitos auxiliares pela virtude, pois irão obedecer as ordens de outro soberano. O ideal é ter um exército próprio e o príncipe ser o comandante desse exercito.

Na administração, os exércitos mercenários e os exércitos auxiliares podem ser comparados às terceirizações usada em larga escala por grandes corporações com o intuito de reduzir os custos, mas essa nova pratica pode trazer vários prejuízos: a empresa responde por créditos trabalhistas no caso de inadimplência da prestadora de serviços; queda de qualidade freqüentemente relatada por clientes da empresa; risco ao terceirizar-se setores chave, tais como: Financeiro, Recursos Humanos, Assessoria e Almoxarifado; perda de bons funcionários, devido a rotatividade da mão-de-obra dessas empresas; ao longo do tempo a empresa pode tornar-se extremamente dependente da terceirização, por exemplo: Sistema de Informática com padrões incompatíveis com outros; decadência do clima organizacional e perda da identidade da empresa.

Os trabalhadores terceirizados, normalmente, têm salarios, benefícios e condições de trabalho inferiores, além de não se sentirem parte efetiva da empresa, perdendo, muitas vezes, a motivação pelo trabalho.

Para as organizações, as pessoas que trabalham nela são muito importantes, pois o sucesso das empresas está na eficácia de seus funcionários. Por isso, as empresas devem proporcionar-los a possibilidade se ter um objetivo a concretizar e se satisfazer, quando esse objetivo é alcançado. Reter talentos na empresa dependera bastante disso.

“O príncipe deve se fazer temer de um modo que, se não conquista o amor, evita o ódio. É possível ser, ao mesmo tempo, temido, mas não odiado. Isso é conseguido quando se respeitam os bens de seus cidadãos e de seus súditos, como, também, suas mulheres.” Esse trecho revela que é necessário punir em determinados momentos, para impor respeito e evitar que os erros sejam cometidos novamente, pelo medo de serem punidos outra vez, mas não é permitido tirar os bens matérias e a dignidade como punição, pois isso pode causar ódio e não é fácil administrar quando se é odiado.

O comandante não precisa, necessariamente, ter qualidades como coragem, força e certeza, mas que deve deixar parecer ao povo que ele as tem, com isso, o príncipe adquire boa reputação, e o surgimento de uma conspiração contra sua pessoa torna-se difícil pela admiração de seus súditos por ele.

O príncipe tem que saber reconhecer as pessoas sábias, capazes e leais e escolhe-las como assessoras. Uma boa administração também irá depender disso, pois o príncipe, ou seja, o administrador, não tem capacidade, nem tempo de tomar conhecimento e resolver todos os problemas de uma empresa.

Os bons assessores não são somente inteligentes, para realmente serem eficazes dentro de uma empresa é importante que pensem mais no crescimento da organização do que no crescimento pessoal. O administrador deve manter seus assessores leais oferecendo a eles bons cargos, salários altos e responsabilidades que estimulem e motivem.

Tendo assessores competentes, é possível solicitar opiniões e conselhos e, depois de analisar cada um, sintetizar para decidir o que fazer. Já que as opiniões de determinados funcionários são tão importantes, os administradores devem fugir dos bajuladores, pois esses não dão opiniões sinceras, querem apenas agradar o chefe.

Maquiavel fala também que um príncipe não deve se preocupar em ser considerado miserável, porque, quando fizer um ato generoso para a maioria, conseguira agradar bastante.

Um comentário em “O Príncipe e a Administração

Deixe um comentário